Público alvo dos vídeos games compreende hoje mais aos adultos do que às crianças

O avanço da tecnologia propiciou a essa mídia mais propostas desenvolvidas aos “pós-adolescentes”

Por Andrea de Castro

Para quem pensa que vídeo game é brincadeira de criança está enganado. O mercado dos jogos eletrônicos tem crescido a cada ano em todo o mundo, principalmente quando se trata de público alvo. Segundo dados do NPD Group, um dos mais importantes órgãos de pesquisa de mercado dos Estados Unidos, houve um crescimento nos últimos dois anos de 400%.

Devido ao avanço dessa nova tecnologia, adultos e os “pós-adolescentes” estão cada vez mais envolvidos com jogos, novos aparelhos e nesse mercado no geral. Para o gerente da loja SC Games de São Carlos, Ricardo de Oliveira, o público alvo está variado e misturado. “Antes, o vídeo game era preferência mais para as crianças e agora o público variou. Porém, cada faixa etária tem suas preferências de jogos”, explicou Oliveira. Segundo ele os jogos de futebol como o da Fifa e Pro Evolution Soccer são os que mais estão em ascendência, bem como atingem a todas as essas faixas etárias.

No entanto, os jovens e adultos estão buscando, cada vez mais, alternativas para burlar o dia a dia corrido de trabalho e estudos e, por ser mais prático, sem precisar sair de casa, os encontros com os amigos passam a ser mesmo para jogar vídeo game em casa ou reuniões em cyber.

O estudante do quarto ano de Direito, João Emílio Guedes Godoy Correa, de 22 anos, se considera um viciado pelos jogos e consegue tranquilamente conciliar com trabalho e estudos. “Ultimamente jogo pouco, umas 5 horas por semana, mas os vídeos games cresceram junto comigo, como meu pai viu a televisão surgir, eu vi o game”, explicou. João joga desde os seis anos de idade e sua preferência surgiu devido ao gosto por RPG´s. “Gosto muito de historias, ter mundos para explorar, e a tela é barata e simples, sento, pego o controle e jogo. É a mesma sensação de ler um livro, mas que depende de seu desempenho para virar a pagina”, afirmou João.

Sobre o novo público alvo dos jogos João disse que eles foram idealizados e desenvolvidos mais para adultos do que crianças. “Na verdade acho que deixou a algum tempo de ser coisa de criança, os temas como religião, guerra, ou até violência gratuita estão escancarados, na verdade, não me admiraria haver censura em jogos, como já há. Segundo ele, essa ‘violência escancarada” começou com a plataforma da Sony, Playstation, que trouxe uma proposta mais sombria, como Adventures Horror, RPG´s mais elaborados e em contrapartida, tem a Nintendo, que aborda uma plataforma mais infantil, pois aposta em jogos de grupo e títulos infantis. “Na verdade, hoje o vídeo game é mais destinado para adultos da nossa geração do que às crianças e crescemos juntos. Óbvio que a empresa de jogos acompanharia a maturidade de sua primeira geração”, explicou o fanático.

Quanto à suas preferências a partir da evolução da mídia dos vídeos games João disse que antigamente necessitava-se mais do talento e criatividade do que hoje e a época das boas criações é  bem mais pretérita. “Antigamente surpreendia-se mais, hoje parece que já vimos de tudo, antigamente tinha mais prazer de jogar, mais ânsia, os jogos antigos eram mais bem elaborados, porém com pior jogabilidade, mas com a tecnologia de hoje, o mínimo que se quer é uma plena jogabilidade” finalizou.

Foto 1: Branca Bueno

Eles se reúnem em cyber e muitas vezes em casa

O público adulto avançou ao infantil ao quesito jogos eletrônicos